02/12/09

TEORIA DE GESTALF.


A PSICOLOGIA DA FORMA .


Köhler e os seus companheiros vão desenvolver todo um conjunto de investigações baseadas na noção de gestalt, podendo ser traduzido para português por forma, mas também por organização, estrutura ou configuração.
A gestalt, ou Psicologia da forma, nasceu por oposição à Psicologia do século XIX, que tinha por objecto os estados de consciência. Köhler, Wertheimer e Kofka, criticam Wundt e a sua tentativa de decompor os processos mentais nos seus elementos mais simples. Os gestaltistas reagem contra esta concepção atomista e associacionista, invertendo o processo explicativo. Enquanto os associacionistas partem das sensações elementares para construir as percepções, os gestaltistas partem das estruturas, das formas, defendendo que nós percepcionamos conjuntos organizados em totalidades. A teoria da gestalt considera a percepção como um todo, e parte deste todo para explicar as partes; enquanto que os associacionistas partiam das partes para explicar o todo.
Por exemplo, uma melodia é ouvida como uma totalidade, como um conjunto e quando a escutamos, não temos consciência das notas que a compõem. Quando percepcionamos um automóvel, não vemos primeiro o tejadilho, depois as portas e em seguida as rodas, percepcionamos o automóvel como um todo e só depois passamos à análise dos elementos, dos pormenores. O todo é percebido antes das partes que o constituem. A forma corresponde à maneira como as partes estão dispostas no todo.
O todo não é a soma das partes, na realidade, elas organizam-se segundo determinadas leis.
Os elementos constitutivos de uma figura são agrupados espontaneamente e esta organização, segundo os gestaltistas, é inata. Wertheimer apresentou os princípios de organização perceptiva num artigo publicado em 1923.

1. Proximidade: partes que estão próximas no tempo ou no espaço parecem formar uma unidade e tendem a ser percebidas juntas. Na figura que se segue, vêem-se os círculos em 3 colinas duplas, e não isolados ou como um grande conjunto.

2. Continuidade: há uma tendência na nossa percepção de seguir uma direcção, de vincular os elementos de uma maneira que os faça parecer contínuos ou fluindo numa direcção particular. Na figura de baixo (a mesma do exemplo anterior), existe uma tendência para se seguir as colunas de pequenos círculos de cima para baixo.

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3. Semelhança: partes semelhantes tendem a ser vistas juntas como se formassem um grupo. Na figura seguinte, os círculos parecem formar uma classe e os pontos, outra e tendemos a perceber fileiras de círculos e fileiras de pontos, em vez de colunas.

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4. Complementação: há uma tendência na nossa percepção de completar figuras incompletas, preenchendo lacunas. Na figura abaixo, percebemos três quadrados, embora as figuras estejam incompletas.





5. Simplicidade: tendemos a ver uma figura tão boa quanto possível sob as condições do estímulo. Os psicólogos da gestalt denominaram isto de "boa forma" e uma boa forma é simétrica, simples e estável, não podendo ser tornada mais simples ou ordenada. Na figura de cima, os quadrados são boas formas pois são percebidos como completos e organizados.


6. Figura/Fundo: tendemos a organizar percepções no objecto observado e o segundo o plano contra o qual ela se destaca.
A figura parece ser mais substancial e destacar-se do fundo. Na figura que se segue, a figura e o fundo são reversíveis e pode ver-se dois rostos ou uma taça, dependendo da nossa percepção.

Os Psicologia da forma põem em causa todo o tipo de explicação simplista. O comportamento humano É neste sentido que Köhler e os seus companheiros criticam o modelo behaviorista, segundo o qual o comportamento humano se poderia explicar pela fórmula E - R. A actividade humana não é um somatório de reacções a estímulos pois resulta de uma organização determinada pelo mundo exterior e integrada na totalidade psicológica do sujeito. Assim, ao modelo mecânico dos behavioristas, os gestaltistas opõem um modelo dinâmico.

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