02/12/09

Percepção cromática





Percepção é global e baseada em padrões e regras
∙ Princípios:
􀂃 Totalidade
􀂃 Isomorfismo (experiência consciente e atividade cerebral)
∙ Regras:
􀂃 Lei do fechamento
􀂃 Lei da Similaridade
􀂃 Lei da Proximidade
􀂃 Lei da Simetria
􀂃 Lei da Continuidade

VISÃO CROMÁTICA HUMANA



Na retina, mais precisamente na área chamada fóvea central, existem milhões de células fotossensíveis capazes de transformar a luz em impulsos eletroquímicos. São os cones e os bastonetes.

Os bastonetes não possuem nenhuma informação cromática, sendo responsáveis apenas pelas informações de intensidade luminosa dos objetos, não distinguindo diferenças finas entre forma e cor. Já os cones são capazes de fornecer imagens mais nítidas e detalhadas, proporcionando as impressões de cor. Existem três tipos de cones e cada um é responsável pela informação de um matiz diferente: vermelho, verde ou azul. É a interação dos cones e dos bastonetes que o ser humano é capaz de perceber todo o espectro cromático.

O olho sofre uma acomodação toda vez que tenta visualizar uma área de cor diferente, já que cada onda de cor converge para pontos diferentes da retina
Por isso é necessário que o cristalino sofra pequenas alterações, através de pequenos músculos, para focalizar corretamente a imagem do objeto visualizado, ficando mais convexo ao focalizar os tons vermelhos e mais relaxado ao focar os azuis.

Existe, também, um mecanismo fisiológico capaz de equilibrar as cores devido a um forte estimulo visual. Ao interromper o movimento dos olhos, a sensibilidade dos cones é reduzida, criando as chamadas “pós-imagens”, onde uma cor é equilibrada com sua complementar. Observe a figura abaixo durante 30 segundos e desloque o olho para a parte branca. Você verá a formação de suas complementares.

TEORIA DE GESTALF.


A PSICOLOGIA DA FORMA .


Köhler e os seus companheiros vão desenvolver todo um conjunto de investigações baseadas na noção de gestalt, podendo ser traduzido para português por forma, mas também por organização, estrutura ou configuração.
A gestalt, ou Psicologia da forma, nasceu por oposição à Psicologia do século XIX, que tinha por objecto os estados de consciência. Köhler, Wertheimer e Kofka, criticam Wundt e a sua tentativa de decompor os processos mentais nos seus elementos mais simples. Os gestaltistas reagem contra esta concepção atomista e associacionista, invertendo o processo explicativo. Enquanto os associacionistas partem das sensações elementares para construir as percepções, os gestaltistas partem das estruturas, das formas, defendendo que nós percepcionamos conjuntos organizados em totalidades. A teoria da gestalt considera a percepção como um todo, e parte deste todo para explicar as partes; enquanto que os associacionistas partiam das partes para explicar o todo.
Por exemplo, uma melodia é ouvida como uma totalidade, como um conjunto e quando a escutamos, não temos consciência das notas que a compõem. Quando percepcionamos um automóvel, não vemos primeiro o tejadilho, depois as portas e em seguida as rodas, percepcionamos o automóvel como um todo e só depois passamos à análise dos elementos, dos pormenores. O todo é percebido antes das partes que o constituem. A forma corresponde à maneira como as partes estão dispostas no todo.
O todo não é a soma das partes, na realidade, elas organizam-se segundo determinadas leis.
Os elementos constitutivos de uma figura são agrupados espontaneamente e esta organização, segundo os gestaltistas, é inata. Wertheimer apresentou os princípios de organização perceptiva num artigo publicado em 1923.

1. Proximidade: partes que estão próximas no tempo ou no espaço parecem formar uma unidade e tendem a ser percebidas juntas. Na figura que se segue, vêem-se os círculos em 3 colinas duplas, e não isolados ou como um grande conjunto.

2. Continuidade: há uma tendência na nossa percepção de seguir uma direcção, de vincular os elementos de uma maneira que os faça parecer contínuos ou fluindo numa direcção particular. Na figura de baixo (a mesma do exemplo anterior), existe uma tendência para se seguir as colunas de pequenos círculos de cima para baixo.

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3. Semelhança: partes semelhantes tendem a ser vistas juntas como se formassem um grupo. Na figura seguinte, os círculos parecem formar uma classe e os pontos, outra e tendemos a perceber fileiras de círculos e fileiras de pontos, em vez de colunas.

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4. Complementação: há uma tendência na nossa percepção de completar figuras incompletas, preenchendo lacunas. Na figura abaixo, percebemos três quadrados, embora as figuras estejam incompletas.





5. Simplicidade: tendemos a ver uma figura tão boa quanto possível sob as condições do estímulo. Os psicólogos da gestalt denominaram isto de "boa forma" e uma boa forma é simétrica, simples e estável, não podendo ser tornada mais simples ou ordenada. Na figura de cima, os quadrados são boas formas pois são percebidos como completos e organizados.


6. Figura/Fundo: tendemos a organizar percepções no objecto observado e o segundo o plano contra o qual ela se destaca.
A figura parece ser mais substancial e destacar-se do fundo. Na figura que se segue, a figura e o fundo são reversíveis e pode ver-se dois rostos ou uma taça, dependendo da nossa percepção.

Os Psicologia da forma põem em causa todo o tipo de explicação simplista. O comportamento humano É neste sentido que Köhler e os seus companheiros criticam o modelo behaviorista, segundo o qual o comportamento humano se poderia explicar pela fórmula E - R. A actividade humana não é um somatório de reacções a estímulos pois resulta de uma organização determinada pelo mundo exterior e integrada na totalidade psicológica do sujeito. Assim, ao modelo mecânico dos behavioristas, os gestaltistas opõem um modelo dinâmico.

Percepção visual

Contraste



A importância e o significado do contraste começam no nível básico da visão através da presença ou ausência da luz. É a força que torna visível as estratégias da composição visual. É de todas as técnicas, a mais importante para o controle visual de uma mensagem bi ou tridimensional.
É também um processo de articulação visual e uma força vital para a criação de um todo coerente.
Em todas as artes, o contraste é uma poderosa ferramenta de expressão, o meio para intensificar o significado e, portanto, para simplificar a comunicação.
Na verdade, assim que adicionamos qualquer elemento a uma página em branco já estamos utilizando o contraste.
Ele é automático.
O contraste é, também, uma contra-força à tendência do equilíbrio absoluto, ele desequilibra, sacode, estimula e atrai a atenção.
Os objetivos básicos do contraste são criar interesse sobre uma página e auxiliar na organização das informações. O leitor deveria ser capaz de compreender instantaneamente a maneira através da qual as informações são estruturadas, o fluxo lógico de um item para outro. Os elementos contrastantes nunca deveriam confundir o leitor ou criar um foco que não seja o correcto.

Proporção


“Proporção significa a harmonia das partes componentes do todo, de que derivam as leis de simetria.” (Vitruvio)


As linhas compositivas primárias são as diagonais e as perpendiculares a estas baixadas dos vértices que implantam a proporção. Esse traçado constitui a estrutura básica, destacando-se como ponto de interesse para a composição as interseções normais dessas linhas.
As linhas compositivas secundárias são as paralelas e perpendiculares aos lados, desde que não dividam a superfície em partes iguais.

Composição



O processo de composição é o passo mais crucial na solução dos problemas visuais. Ele é que determina o objetivo e o significado da manifestação visual influenciando diretamente o que é recebido pelo espectador. É nessa etapa do processo criativo que o comunicador visual exerce o mais forte controle sobre seu trabalho e tem a maior oportunidade de expressar, o estado de espírito que a obra se destina a transmitir. O modo visual, porém, não oferece sistemas estruturais definitivos e absolutos.
Uma boa estrutura de design é o resultado de uma combinação inteligente dos elementos que a compõe.
Em design nós temos vários elementos e devemos descobrir que cada elemento serve a determinado propósito e que eles não são intercambiáveis. Os melhores resultados serão alcançados através da combinação do uso dos princípios com a criatividade.

Ritmo



Ritmo significa repetição de um movimento.
Ritmo em design é criado por repetição e variação. Repetição de formas, e o espaço entre as formas, criam um padrão de movimento.
Quando estamos focados no ritmo, o espaço, ou intervalo entre os elementos, são tão importantes quanto os elementos em si.
A sua leitura será influenciada pela forma como você alinhou e repetiu os elementos da sua página. Dependendo do padrão escolhido entre os elementos, você estabelecerá uma conexão emocional entre o trabalho e o leitor. O ritmo pode ser alternado ou progressivo.

Ritmo alternado: padrões repetitivos são criados com o mesmo elemento numa forma consistente. A sequência fica óbvia mesmo não estando completa.
· Ritmo progressivo: é um tipo de repetição em que os elementos mudam, mas mantém uma consistência de repetição. A variação entre os elementos podem se dar por tamanho, cor, valor e textura.

Unidade




Unidade é uma situação quando os elementos estão arranjados de forma homogênea, harmônica e completa.
A unidade é diferente de harmonia.
Harmonia trata-se de uma relação esteticamente aprazível entre os elementos. Unidade resulta não apenas da seleção de elementos e da organização destes, mas na ênfase destes em relação a composição como um todo. Formas para se atingir uma unidade: proximidade, repetição e continuidade.